terça-feira, 5 de maio de 2009

5 6 7 e 8!


Dentre os membros da família Borges, se encontram em peso os pés-de-valsa. Eles são da pior espécie, dos que não podem ouvir um som mais ou menos harmônico para já se empolgar nos pulinhos animados e passos nada modestos. Só que eu tive a infelicidade de pertencer a minoria estraga prazeres, que aquece lugar nas festas de família e sempre é coagida a dançar apenas no final, quando toca macarena.
Mas a vida, ah, a vida é uma caixinha de surpresas, e acabei sendo de uma turma que faz da dança o filão de união da série. Todos dançam, e os que não dançam se arrependem. Sob uma rigidez quase militar, a turma rege os ensaios por mais de um mês, prepara uma coreografia impecável, bola um painel que ilustra a dança, sem esquecer-se do figurino e da música.
Além do mais, há uma competição entre o ensino médio, então dança é coisa mais do que séria. É a honra do terceiro ano que está em jogo. A minha série ganha os campeonatos desde sempre, e esse, nosso último ano, última dança, últimos xingos e último frio na barriga, era mais do que especial.
Então, no último dia 29, devidamente maquiados e ensaiados, lá fomos nós. O tema era o conto O Alienista, de Machado de Assis. Os adversários estavam muito melhores este ano, e o medo entrou junto com a ansiedade na hora da apresentação. E fomos todos em busca daquela expressão final, que reunia todos os ensaios, todos os choros e dores na perna. O dever foi cumprido, mas não apenas o nosso. Pela primeira vez, os invictos alunos do terceiro ano perderam, e feio. Ficamos em terceiro lugar, merecido e rejeitado, todos confortados em abraços e revoltados, simultaneamente.
Não fiquei muito tempo além do necessário para presenciar as lágrimas generalizadas, até porque, meus olhos estavam tão marejados que mal enxergava meu próprio caminho. Não era só dor de orgulho ferido, era frustração acumulada por seis anos, custávamos a acreditar. Mas esta mesma turma que sempre comemorava junta, soube perder junta, e a derrota acabou tendo mais significação que alguma recorrente vitória. Seguimos em frente, e ao invés de única turma do Colégio Militar de Belo Horizonte que ganhou todos os campeonatos de dança, somos a maior zebra que eu já ouvi falar.

5 comentários:

Carioquices disse...

acho que te achei na foto, mas não quero acreditar nisso. UHAEUHAEUH
isso me lembra muuito à derrota do esquadrão nas olimpíadas do ano passado. lembro que, apesar da derrota, nunca vi uma derrota tão cheia de festa! O.o é, vai entender essa cavalhada!

méuri disse...

Sim, pode acreditar, sou eu mesma hahaha
A nossa derrota não foi festiva, mas foi unida, e isso basta :)
Cavalarianos bem loucos! E a infantaria que ganhou?

Anônimo disse...

mari, vc e F.O.D.A !

Anônimo disse...

eh a JuuH tah ? haha

Juliana disse...

Chooora, meliga ;} hauhsua

Mari, esse ano perdemos feio mesmo... em terceiro lugar, putz!
Chorei uma semana inteira...(hsuahsuahsa - mas já superei!!)
Mas de qq forma ainda faremos belas apresentaçoes quando formos uma Cia de dança PROFISSIONAL... :DDD afinal tamo quase nesse patamar!

hhsuahsuhasa
Bejo mari!