domingo, 26 de abril de 2009

Cortejo incerto


Querido Luis Fernando Verissimo,

Envio-lhe esta carta com o objetivo de esclarecer meus sentimentos em relação a você.
Começou com um livro, mais um na estante. De capa bastante atraente, diga-se de passagem. Foi o bastante para que eu me perguntasse que escritor era aquele que consegue especificações tão íntimas e torna coisas comuns em fatos interessantíssimos, sem nunca faltar com o humor. Era um tal de Verissimo, assim mesmo, sem acento, mesmo antes da reforma ortográfica.
O primeiro livro evoluiu para um segundo, terceiro, e toda esta seqüência de números ordinais. Aí você deixou de ser um livro na estante e passou a ser um dos meus escritores favoritos. De escritor favorito, a coisa extrapolou para outros aspectos que fizeram a minha admiração crescer ainda mais, principalmente no maior sexteto do mundo, tocando sax.
Eu sei que nunca serei como a Patrícia Poeta, mas espero que, mesmo assim, você consiga perceber em mim algumas características para me tornar a metade da sua laranja. Ou do seu limão, maçã, o que preferir.
Não se preocupe com a aceitação popular, Marcelo Camelo e Mallu Magalhães estão aí para mostrar que a diferença de idade é sempre insignificante.
Enfim, deixo a você a tarefa de escrever, e vou parando por aqui.

Com amor (platônico),
Mariana.

PS: Você fica um charme com estes óculos.

domingo, 19 de abril de 2009

22:45h

Morfeu – Filho do sono. Seu nome, derivado da palavra grega que significa “a forma”, derivado da palavra grega que significa “a forma”, indica sua função: é encarregado de tomar a forma humana e apresentar-se aos homens durante os sonhos e apresentar-se aos homens durante os sonhos e apresentar-se aos homens durante os sonhos. Possui grandes asas que, sem ruído, transportam-no rapidamente às extremidades da Terra. Possui grandes asas que, sem ruído, transportam-no rapidamente às extremidades da Terra. É representado com asas de borboleta e portando na mão uma papoula, planta com que faz os homens adormecerem portando na mão uma papoula, planta com que faz os homens adormecerem, planta com que faz os homens adormecerem, depois de

Dormiu.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A tal da Dona Ana

Dentre as poucas certezas da vida - como a morte ou o teorema de Pitágoras - está a sacralidade da casa da vovó. Aqui o tempo passa diferente, e as coisas acontecem como rituais pré-determinados, sabe-se lá por quem.
A peregrinação começa com a viagem para cá, uma cidade evoluída e bagunçada, mas que parece parada no tempo. As pessoas se cumprimentam na rua e falam baixinho da vida dos vizinhos. As mocinhas tem hora marcada para chegar em casa, depois de tomar sorvete na pracinha e passear por aí com as demais virtuoses do bairro.
Todos pedem bênça pela manhã - estamos em Minas, uai, benção já é um suplício - depois de tomar café e comer pão de queijo; de supermercado, admito.
Vovós tem um colo quentinho e aprendem a ser tão dengosas quanto podem; no fim das contas, não são as avós que estragam os netos, mas netos que criam avós mal-acostumadas. A saudade de um semestre se transforma em abraços e beijos condensados em apenas um feriado, e haja tempo para tantos casos de tantos parentes que nunca ouvi falar; mas rio de todos assim mesmo.
O cabelo dela, de tons cada vez mais prateados, se torna um ninho de tranças e prendedores coloridos, e ela sempre insiste em diminuir o tamanho das minhas madeixas.
Ela ensina canhotas desengonçadas a bordar, jogar bisca e fazer pé-de-moleque. Não que a canhota em questão aprenda, mas a habilidade e a paciência da vovó são incontestáveis.
É tanta coisa, que não dá vontade de voltar pra casa. Só de pensar em provas e ônibus lotados, dá vontade de acampar no quintal e fazer genuína birra de caçula, exigindo que as coisas fossem sempre assim, mornas e acolhedoras.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Alguém me explica?

Outro dia, lá no colégio, a professora de português propôs para o terceiro ano uma dissertação sobre a Situação B do processo seletivo da UNIFAC de 2008. Resolvi postar aqui o que eu escrevi na aula, já que a temática é bem atual e relevante.

"Socialização Tecnológica

Novas tecnologias sempre apresentam faces antagônicas. Assim foi com a pólvora, usada pelos chineses nos belos fogos de artifício e pelos guerreiros medievais como arma de guerra. Da mesma forma, a internet e os tocadores de mp3 são vistos inicialmente com desconfiança, mas provam seus benefícios com o passar do tempo.
O maior medo dos especialistas é o isolamento dos adolescentes que fazem uso contínuo de tais tecnologias. No entanto, é notável o sucesso de sites de relacionamento, como Orkut e myspace, e programas como MSN e skype, que oferecem contato imediato com as pessoas. Isto sem contar com a facilidade de compartilhamento de dados, principalmente musicais, que este sistema oferece.
A Festa do Ipod é um exemplo de jovens que, mesmo tendo todas as tecnologias ao alcance da mão, em seu próprio quarto, ainda optam pela companhia dos demais. Outro exemplo é o Pillow Fight [É amanhã!], tradicional guerra de travesseiros, que acontece em BH e em todo o mundo. Tal evento foi possibilitado apenas pelo advento da internet, onde pessoas se reunem mais facilmente para combinarem encontros.
Com isso, conclui-se que a socialização entre os jovens não está estagnada, está apenas diferente. Cabe aos pais e educadores adaptarem-se a mais esta inovação."

Mas o mais estranho foi, no fim da aula, perceber que eram poucas as pessoas que compartilhavam da mesma opinião que eu; títulos como ‘Tecnojaula’ e ‘Introspecção: a nova tendência’ foram os mais comuns. Se a tecnologia é tão maléfica assim, e todas as pessoas estão tão isoladas, porque todo mundo passa, no mínimo, duas horas diárias só em Orkut e MSN?
Eita geração contraditória esta que eu nasci.