quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Summertime

Venho sem muito pique para escrever ultimamente. E quando não são escritas, minhas memórias tornam-se cinza com mais rapidez que o normal. Logo agora, quando elas precisavam tanto de ser rememoradas...
Conheço uma garota que a cada momento, seja bom ou ruim, olha para o céu com o intuito de guardar nessa eternidade azul estrelada o que já tinha passado. Ela deixa suas memórias ali, onde todos podem espiar, mas apenas ela compreende e aprecia o que vê. Assim, poderia entrar no mais íntimo de si quando se encontrasse com a grandeza de uma noite comum. Ela, transformando-se cada dia em uma pessoa diferente, e o céu sempre semelhante aos nossos olhos desatentos, a observá-la e guardá-la, em qualquer lugar temporal ou geográfico em que ela resolva consultá-lo.

Porém, eu não tive esta propriedade. Bastou-me este blog que cá existe, estático, alheio as perturbações que acontecem fora do seu espaço virtual.
Já disseram que palavras são capazes de transpassar tempo e espaço, e um dia, em algum lugar, todas essas que eu manipulei com os dedos no teclado voltarão aos meus olhos, não só para fechar o ciclo, mas também para finalmente fazerem sentido.
Então aqui estou. Dispondo-me analiticamente em palavras, para que eu possa encarar-me e descobrir-me. Pode ser que demore. Não tenho pressa. Não para isso.