- Hora da prova, gente. Vamos entrando.
Hora do massacre, a aplicadora quis dizer. É nesta hora que você olha para os seus amigos com olhos lacrimejantes e esperançosos de que os céus lhe digam como fazer uma redação que poderia ser sobre sete livros, e você não leu nenhum deles.
٭
Já sabia que eu odiava esperar. Mas pior do que o verbo “esperar” é a sentença “esperar que o relógio marque o fim de uma prova de redação que eu não sabia bulhufas sobre o tema e que havia demorado uma hora para começar”.
Quando eu digo uma hora, não pensem em uma hora na internet ou assistindo a um bom filme, mas uma hora em uma sala de aula maçante onde só se ouvia o ranger dos saltos da aplicadora e o vai-e-vem dos lápis.
Uma hora, querido leitor.
No mais completo tédio.
Redefinindo o significado da palavra tédio.
٭
Peguei o comprovante do meu vestibular e a caneta, então comecei a desenhar, ocupando todo o verso da folha. Riscos indo, voltando... Círculos, rostos... Passaram-se 20 minutos.
Rasguei um pedacinho quadrado do mesmo comprovante e me ocupei fazendo origami.
Segue o diálogo que travei, apenas com os olhos, com a aplicadora:
- Candidata, o quê você está fazendo?
- Um origami com um pedaço do meu comprovante.
- Mas por quê?!
- Pois já tem meia hora que eu acabei a prova e ainda falta meia hora para vocês me liberarem.
O origami que eu fiz é o meu preferido: algo entre uma flor e uma árvore de natal. Como tinha tempo de sobra, desenhei o papel inteiro, enchi de bolinhas e adornos; acabou se parecendo mais com uma árvore de natal.
A única exceção é que faltou luz na hora de inventar uma redação, e eu não vou receber um dez de presente.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
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4 comentários:
imagina a demora pra quem tava TE esperando huahuahua
Tá, você ganhou de mim disparaaaaaado!
Mais e ai passa ou não????
Bjoo
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