Venho sem muito pique para escrever ultimamente. E quando não são escritas, minhas memórias tornam-se cinza com mais rapidez que o normal. Logo agora, quando elas precisavam tanto de ser rememoradas...
Conheço uma garota que a cada momento, seja bom ou ruim, olha para o céu com o intuito de guardar nessa eternidade azul estrelada o que já tinha passado. Ela deixa suas memórias ali, onde todos podem espiar, mas apenas ela compreende e aprecia o que vê. Assim, poderia entrar no mais íntimo de si quando se encontrasse com a grandeza de uma noite comum. Ela, transformando-se cada dia em uma pessoa diferente, e o céu sempre semelhante aos nossos olhos desatentos, a observá-la e guardá-la, em qualquer lugar temporal ou geográfico em que ela resolva consultá-lo.
Porém, eu não tive esta propriedade. Bastou-me este blog que cá existe, estático, alheio as perturbações que acontecem fora do seu espaço virtual.
Já disseram que palavras são capazes de transpassar tempo e espaço, e um dia, em algum lugar, todas essas que eu manipulei com os dedos no teclado voltarão aos meus olhos, não só para fechar o ciclo, mas também para finalmente fazerem sentido.
Então aqui estou. Dispondo-me analiticamente em palavras, para que eu possa encarar-me e descobrir-me. Pode ser que demore. Não tenho pressa. Não para isso.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
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4 comentários:
muito bom...penso assim tb, e essa é sem duvida a melhor parte.
bjo
*ao som de janis*
O título sozinho conseguiu agitar mais as minhas lembranças do que todo o texto!
Mas... é engraçado como as palavras e fotos fazem um sentido delicioso (ou amargurante) após algum tempo.
E interessante também é que a gente nunca consegue se descobrir a tempo... A Mari de 18 anos vai olhar este blog e descobrir a garota de 17, a de 16... mas nunca a de 18!
E as memórias não somem, elas só... se escondem. E as vezes pequenas coisas trazem muuuitas lembranças!
Vou parar de nostalgia e trabalhar. ;P
beijo, mari! ;D
Ôooo Mariana... Fazia tempo que não vinha aqui. Descobri um desabafo lindo. :) Sempre nos redescobrindo...
De pensamentos tortuosos, expressos de maneira desajeitada vc fez um belíssimo texto.
Tenha certeza que suas memórias escritas são tão bonitas, ou até mesmo mais, quanto o céu mais estrelado que eu pudesse encontrar.
Grande beijo!
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