terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O Homem-barata

O Homem-barata zapeava canais da televisão atrás de nem ele sabia o quê.
Porém não encontrava nada para agradá-lo, e perdia o sono.

O brilho da TV refletido nos olhos, a boca emudecida e entre-aberta, o dedo apertando o botão esquerdo do controle remoto, em movimento peristáltico. Instantes de escuridão e silêncio até que o próximo canal ilumine a tela. Silêncio da madrugada. Luz dos jatos de elétrons. Escuro da noite alta. Vozes de pessoas impalpáveis.

Ele nunca se resolveria.
Nem pelo canal que prestaria sua atenção nem pela vida que arrastaria depois que a insônia acabasse e o sono chegasse e a manhã viesse para que mais um dia indiferente se passe. O Homem-barata é um ser imediatista, quer uma vida nova como quer um canal novo, sem nenhum esforço além da contínua pressão exercida pelo polegar.

O brilho continuaria sendo apenas refletido, até que ele conseguisse se acender e produzir luz própria. "Mas isso toma um tempo... Bom é me aconchegar e me ligar na única fonte iluminada da madrugada."
Ele se esquece que a TV também acaba sendo desligada, e há muito já se esqueceu do brilho dos astros do céu, tão fora de alcance.

12 comentários:

Thaty disse...

Adoro textos com final infeliz, falei.
Às vezes me pergunto porque não posso escrever como você...
Ficou lindo, Mari.

Unknown disse...

Ahh, muito foda!
Até meu pai babou no seu texto...
Veríssimo que te aguarde ;]

Beijão.

Luzinha disse...

Tv está um problema mesmo...SACO

Rosca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rosca disse...

Meu orgulho! haha

E sempre foi mais confortável para o homem aceitar que conseguir (momento auto-ajuda).

(:

Anônimo disse...

Caramba, você também tem blog (:
E caramba (de novo), você escreve muito bem!

Eu tenho um problema com a TV a cabo: o dia todo não passa nada, mas sempre acontece de todos os programas bons ficarem com o mesmo horário à noite.

Beijo.

Anônimo disse...

Jura que você também tem palestra lá? Todos os cursos legais ficaram juntos, há! Nós podemos.

Eu vou à noite mesmo. É que eu tenho um amigo que vai fazer R.I. e ficou no mesmo auditório. Ele trabalha à tarde, então só restou o horário normal mesmo. Blé.

E digo o mesmo: "Bom começo! Que essa empolgação que eu tenho cer-te-za que você está sentindo dure atééééé o fim do curso!"

Leandro Fiuza disse...

Orgulho dessa garotaa !
Que bom que voltou a escrever,a minha insistência até que valeu a pena.
Bjo =)

Anônimo disse...

Você escreve muito bem... =)
Passarei sempre por aqui viu..rs
Sou aluno do Santini, e tbm tenho um blog, ficarei feliz com a sua visita lá! =D
http://odiariodeumloucoamante.blogspot.com/

oveteradnodofelipe disse...

bom em alguns aspectos
fraco em outros
tentou trazer algo novo, mas não soube desenvolver
há um erro de significado que passa despercebido
conseguiu criar um ótima imagem mental, bem clara e nítida
um bom texto até

oveteradnodofelipe disse...

pensando melhor, seu texto é um tanto quanto ingênuo.
Não trás nada de novo, bem simples e básico. Claro, você não é uma escritora profissional, mas tem talento. Se esforce mais da próxima vez e caso você ache que o processo de criação literária é algo meio místico, esqueça porque não é. Tente reescrever o texto de novo e de novo e de novo. A perfeição literária pode ser alcançada se você se esforçar.
Você conseguiu captar uma faceta da psique humana de forma sublime, mas o corpo do texto é já muito conhecido, do tipo batido, que já foi muito utilizado.
No mais, escreva mais.

Luzinha disse...

Bom texto. Parabéns.