A oportunidade hoje foi inigualável para observar a desenvoltura das pessoas sem ser notada, era a festa surpresa da irmã da amiga da minha irmã (pausa para o entendimento das complexas relações).
Costumo dizer que da mesma forma que a nossa vida é estratificada pelos anos escolares, ela facilmente também seria pelas festas: a de aniversário de 1 ano de idade, de debutante, de formatura, casamento e dos filhos, recomeçando o ciclo; e um recorrente funeral para finalizar. As pessoas da festa estavam na parte que permeia entre a festa de formatura e o aniversário dos filhos, e como era de se esperar, os passos inseguros das crianças eram o principal foco de atenção de todos, seguido pelas recentes aquisições do prédio, e a bagunça de certos moradores.
Eram muitos papais corujas, outros, nem tanto; mamães preocupadas e sorridentes, por mais paradoxal que isto pareça; solteiros que tentaram se entrosar com os bebês e com os demais solteiros. Os amigos que ajudaram a distribuir a cerveja e os que aguardaram na mesa; os piadistas e o que insistia em contar o problema de manutenção do galpão G6 da fábrica; e esta observadora que vos escreve, que encontrou um olhar no outro lado da mesa: o da aniversariante desconhecida, sutilmente ignorada até então.
- Oi! Feliz aniversário, hein, ... irmã da Patrícia.
Um poço de simpatia.
Depois desse infeliz incidente, não sei se minha irmã ainda me levará para os encontros com os amigos dela. Talvez, se eu decorar os nomes dos aniversariantes, ainda tenha mais uma chance para analisar desconhecidos clandestinamente.